21/05/2010 - 19h22
Ministério nega que vacinados para o H1N1 receberão resultado errado de Aids
A notícia divulgada como uma nota técnica em 3 de maio pelo Departamento de DST-Aids do Ministério da Saúde espalhou-se como vento na tarde desta sexta-feira (21). A nota informava que pessoas que se vacinaram contra a gripe suína A H1N1 poderiam ter resultado positivo em testes de HIV, porém Lilian Inocêncio, coordenadora de Laboratórios do Departamento, alerta que o informativo era apenas para técnicos e profissionais de saúde que trabalham em laboratórios de análise.
"A vacina interfere no Elisa, o primeiro teste para diagnosticar o vírus da aids. Em caso de resultado positivo, a mesma amostra é submetida a outro teste, o Western Blot, mais sensível e que não é suscetível à interferência da vacina", explica Inocêncio.
Assim, não há risco de receber o falso positivo pela vacina já que o sangue é retestado no próprio laboratório. "Não há sentido em se alarmar. A pessoa só recebe o resultado positivo pra HIV se ele der positivo nos dois testes. Aí ela deve ter entrado em contato com o vírus", ressalta a técnica.
Segundo ela, a nota era uma cautela do Ministério para alertar os laboratórios sobre a reação cruzada. "Como perguntamos se a pessoa está de jejum, toma algum remédio, perguntar sobre a vacina seria mais uma destas perguntas de rotina para fatores que podem influenciar nos exames". A janela imunológica no caso da aids é de 30 dias, por isto as pessoas que tomaram a vacina devem avisar o laboratório ao fazerem exames de aids em um período de um mês.
"As pessoas precisam se vacinar já que tivemos muitos casos de gripe suína no Brasil. Ouvi até gente falando que a vacina transmitia o HIV. Isto é tudo bobagem", destaca.
O falso resultado acontece porque a vacina aumenta a produção de um anticorpo, chamado de IgM, que é reconhecido pelo Elisa como sinal do HIV.
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