“Baleia Piloto” encalhada na costeira é removida e enterrada na praia de Boracéia
Confira as imagens
Na terça-feira 5, a Prefeitura de São Sebastião removeu e enterrou uma “Baleia Piloto” na praia de Boracéia, na Costa Sul do município. Com 5,3 metros de comprimento e aproximadamente duas toneladas, o mamífero é da família dos golfinhos.
Segundo Juliana Yuri Saviolli, veterinária da Fundamar (Fundação Mar) há seis meses, o cetáceo provavelmente estava doente. “É um macho velho e parecia estar um bom tempo sem se alimentar porque não encontramos nenhum conteúdo estomacal”, afirmou Juliana. Quanto à idade do golfinho, ela disse ser difícil estimar. “É necessário realizar um estudo com a ossada e os dentes”, explicou a veterinária.
De acordo com Juliana, o animal é característico de águas profundas e frias. Ou seja, não é comum na região costeira. “Ele é encontrado facilmente na Antártida e em mar aberto, mas é uma espécie que viaja o mundo todo”, revelou.
A “Baleia Piloto” foi vista por populares por volta das 5h encalhada à beira-mar. Com o auxílio da Regional Juquehy, divisão ligada à Seadre (Secretaria das Administrações Regionais), que utilizou uma retroescavadeira, e a Polícia Ambiental, a equipe da Fundamar deslocou o mamífero para perto do jundú (vegetação nativa). No local, a veterinária iniciou a coleta de vários pedaços dos órgãos do golfinho para análise com a finalidade de descobrir a causa da morte. O material será estudado por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), que possui parceria com a Fundamar.
Por volta das 17h30, o mamífero foi enterrado. Após a decomposição total, o que deve levar cerca de dez meses, a equipe retornará ao local para retirar a ossada. O esqueleto será montado com o objetivo de ajudar pesquisadores e promover a educação ambiental, em especial aos estudantes que visitam a Fundamar.
Atração
A presença da “Baleia Piloto” na praia foi atração durante todo o dia para vários moradores e turistas, principalmente às crianças, as quais questionaram a veterinária. sobre o animal.
A dona de casa Maria Aparecida Rodrigues, 53, disse nunca ter visto pessoalmente uma baleia encalhada. “É triste. Fiquei com pena e imaginando como foi que ela morreu”, fala. No entanto, achou interessante a pele do animal. “Parece um couro”, observou a moradora de Mogi das Cruzes (SP).
O encalhe da espécie também causou tristeza na auxiliar de limpeza Laura Soares, 40, residente em Boracéia há 17 anos. “Já vi umas três vezes baleias passeando aqui em frente, mas encalhada e morta é a primeira vez. Fiquei com dó”, declarou.
